terça-feira, 4 de outubro de 2016

Viajando nas brejas

Peguei minha maleta de “Aprendiz de Mestre Cervejeiro” e saí por aí... Em algumas cidades da Europa provei diversos tipos de cerva, algumas leves, outras muito amargas e até mesmo exóticas. Cada uma é servida em um copo específico, e sobre esse assunto tratarei depois aqui no blog. Sigam comigo nessa viagem ao redor da espuma.
Em Düsseldorf (Alemanha) experimentei a Fuchschen Alt, que é fabricada artesanalmente na cidade desde 1848. De sabor amargo, a Altbier é uma tradição antiga e os habitantes se orgulham muito disso. Possui teor alcoólico de 4,5%.

Confesso que inicialmente achei o gosto meio estranho da cerveja artesanal Aecht Schlenkerla Rauchbier Märzen, mas em seguida viajei no sabor e gostei bastante. Já tinha ouvido falar na breja defumada e estava super curioso para experimentar essa autêntica representante do estilo original de Bamberg (cidade do estado da Baviera, ou Bavária, ao sul da Alemanha), que é produzida desde 1678. Tem aromas e sabores fortes de defumado, mas não é muito alcoólica (5,1%) e nem amarga. A cor escura da Rauchbier se deve ao nível de torrefação de seus maltes em contato direto com o fogo.

Löwenbräu, que é bem leve, refrescante e de coloração amarelo-claro, eu degustei após horas de caminhada em Munique (Alemanha). Seu nome significa ‘cervejaria do leão’ em alemão e sua fabricação remonta ao ano de 1383. Sutilmente amarga, com 5,2% de álcool, a breja loirinha vai bem com aperitivos e carnes vermelhas.

Em Rothenburg ob der Tauber, cidade medieval ao sul da Alemanha onde é Natal o ano inteiro, provei a Landwehr Bräu Toppler–Pils. Com teor alcoólico de 4,9%, essa cerveja possui corpo e amargor de lúpulo pronunciado.

Já na encantadora Bruges (Bélgica), com a visão de suas construções da Idade Média, foi o momento de tomar a Grimbergen Blonde (6,7%). Essa cerveja artesanal de estilo Belgian Blond Ale _loira, com sabores de frutas maduras e espuma densa_ é considerada um verdadeiro patrimônio histórico dos belgas. Quando ela surgiu poucos mestres cervejeiros dominavam a técnica de filtragem, que se tornou o diferencial dos monges da Abadia de Grimbergen.

Ao chegar em Paris (França), tive a oportunidade de degustar a Saison Dupont Bio (5,5% de álcool) no restaurante Le Pain Quotidien, no bairro de Montmartre. Como eu sou meio natureba, ‘harmonizei’ a breja não filtrada com um saudável prato de quiche e salada. A loira francesa, cujo processo inclui a refermentação na garrafa, foi criada em 1990 e se destaca como uma das primeiras cervejas orgânicas. Ela apresenta um pouco de amargor e toque de frutas cítricas.

Fotos Roberto Pires

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