domingo, 10 de junho de 2018

Havia uma espécie se sincretismo gastronômico na mesa do artista plástico argentino que escolheu a Bahia como a terra do seu coração, onde manteve entre os principais amigos o escritor Jorge Amado. A multiculturalidade do seu paladar combinava harmonicamente a genuína cozinha baiana _o místico Efó (receita abaixo) e a Frigideira de Caranguejo, por exemplo_ com a culinária internacional _Salteñas, Pastel de Choclo, como é chamado bolo de milho em espanhol, e Paella
Tudo isso está descrito no livro À Mesa com Carybé - O encantamento dos sabores e das cores da Bahia (publicado em comemoração ao primeiro aniversário do Museu da Gastronomia Baiana), que revela ao público os hábitos e as preferências alimentares do artista. A obra é recheada com 53 receitas veneradas por ele e assinadas pela esposa Nancy. Além das belíssimas ilustrações do próprio Carybé, o leitor é brindado também com o prefácio de Mãe Stella D’Oxóssi, do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, que o iniciou nas tradições do Candomblé.
Na casa onde morou com a mulher e os filhos Solange e Ramiro, no bairro de Brotas, montou o espaçoso ateliê. Embaixo, ficaram dois galpões onde o artista trabalhava na criação de seus murais e entalhes de madeira. Num deles, porém, foi instalado o galinheiro onde quase todos os dias ele entrava para recolher os ovos, que eram usados na cozinha. Muitos dos temperos eram colhidos na horta, onde cultivava orégano, sálvia e rúcula. O terreno abrigava outra de suas paixões, as frutas: banana, goiaba, limão, pitanga e jaca. Próximo ficava a churrasqueira, decorada com azulejos de sua autoria. Carybé não tinha talento na cozinha, mas como um argentino que se preze sabia fazer churrasco, principalmente na casa em Arembepe, onde reunia a família para saborear uma boa picanha.

Efó
Rende 6 porções
Ingredientes
800 g de taioba, língua-de-vaca ou espinafre
Meia xícara (chá) de azeite de oliva
100 g de camarões secos moídos
40 g de castanha de caju ou amendoim moído
2 cebolas
Azeite-de-dendê
Sal a gosto

Modo de preparo 
Cozinhar as folhas em água e sal. Em seguida, escorrer a água e cortá-las bem miúdas. Refogar, no azeite de oliva, a cebola, os camarões secos e a taioba (ou a folha que escolheu). Acrescentar os demais ingredientes mexendo sempre. Cozinhar por cinco minutos. Deve ficar com uma consistência cremosa. Sirva com farofa de azeite-de-dendê.
(Fonte: À Mesa com Carybé - O encantamento dos sabores e das cores da Bahia, Museu da Gastronomia Baiana, e www.correio24horas.com.br)

Foto: Acervo ©Instituto Carybé/Reprodução

Nenhum comentário:

Postar um comentário