quarta-feira, 2 de maio de 2018

"O que mais agrada nos italianos é o fato de que, por alguma razão, apesar de terem os melhores designers de moda e de carros, eles procuram se agarrar à tradição e ao espírito das vilas. Neste exato momento, você poderá ver, nas cidades de toda a ITÁLIA, gente trocando queijo por vegetais em conserva, ou a explosiva grappa local por uma quantidade equivalente de mostarda de Cremona (conserva de frutas maceradas com extrato de mostarda). Também acho incrível que festivais para celebrar a culinária aconteçam a cada semana, mês e ano, em todos os lugares, das praças das grandes cidades aos menores vilarejos das regiões menos povoadas do país.
Eles são capazes de passar muito tempo discutindo sobre de onde vem o melhor cozido, ou o melhor pappardelle, ou o melhor óleo de oliva, ou os melhores frutos do mar. Se você já presenciou uma dessas acaloradas discussões, percebeu que eles não são agressivos, apenas expõem o seu ponto de vista. Eu adoro o fato de pensarem que o jeito de cozinhar em sua região é o melhor, de como são orgulhosos de sua produção local e de como todo italiano gosta de falar de comida!
Uma das razões que me levaram à Itália foi a de aprender, mas eu também queria entender por que aquele país preservou sua fascinante cultura culinária. (...) Então eu concluo que a Itália preserva uma grande quantidade de coisas brilhantes porque lá eles não têm muitas opções. Para mim, isso é realmente emocionante, porque às vezes, quando há escolhas demais, você pode perder de vista o que realmente importa: sua família, seus filhos e sua saúde. Com os italianos ocupando o terceiro posto entre as pessoas que mais vivem no mundo, atrás dos japoneses e islandeses, pode-se concluir que eles não estão fazendo muitas coisas erradas, mesmo com a falta de opções".

(Fonte: Jamie Oliver no livro A Itália de Jamie)

Nenhum comentário:

Postar um comentário