quinta-feira, 31 de maio de 2018

Noite com borbulhas

Um jantar harmonizado a base de espumantes será realizado no restaurante CASA DI VINA, no Farol de Itapuã, na próxima quarta-feira, 6 de junho, às 19h30. Para o evento exclusivo, que pretende valorizar a enogastronomia, o sommelier internacional PEDRO LUZ (foto abaixo) escolheu rótulos premiados e exclusivos da vinícola VIAPIANA (acima), localizada na região de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul. Os vinhos acompanharão à mesa o couvert, a entrada, o prato principal e a sobremesa. 
Para começar a noite, em grande estilo, o Viapiana Espumante Brut Champenoise 192 Dias, acompanha a Focaccia, no couvert. Camarões crocantes com molho de páprica, de entrada, ganham harmonização com o rótulo Viapiana Espumante Brut Champenoise 250 Dias 100% Riesling. No prato principal, o Viapiana Espumante Nature Champenoise 575 dias combina com o Ravióli de queijo Prima Donna com redução de limão siciliano. E com a sobremesa, a Míni torta de limão com merengue, será servido um Viapiana Espumante Brut Rosé Champenoise 387 dias.
O preço da participação é R$129 por pessoa +10% de serviço opcional. +info: (71) 3014-8730.

Fotos Divulgação

Novamente aos domingos

Sabe o clima dos almoços em família no domingão? Com a ideia de reviver esse sentimento, a chef ROSA GUERRA (foto abaixo) resolveu voltar a abrir aos domingos o LARRIQUERRÍ, no bairro do Garcia, centro de Salvador. Quase uma exigência “de clientes que têm o habito de sair somente aos domingos no almoço e que frequentavam nosso restaurante quando ainda éramos pequenos", a decisão traz à mesa o cardápio exclusivo do dia com tentadoras opções, como a Feijoada (acima) para duas pessoas. A proposta é, adiante, incluir outros pratos regionais, a exemplo do ensopado de galinha caipira, sarapatel e comida de azeite. O Larriquerrí funciona a partir das 12h nos domingos, e de terça a sábado das 19h30 às 23h30.
Fotos Maria Tereza Carvalho/Divulgação

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Ele não sabia nem fritar um ovo, e era meio indiferente à comida. Mas todos os dias sentava-se pontualmente às 19 horas na mesma mesa do Martinho da Arcada (café-restaurante mais antigo de Lisboa) para tomar a sopa do dia. No local se reuniam pensadores da época, liberais, maçons, anarquistas, republicanos e jacobinos. Já durante o dia, o cardápio do escritor português podia ser cozido à portuguesa, pastéis de bacalhau ou arroz doce. Em sua homenagem até foi criada uma receita especial, o Bacalhau à Fernando Pessoa (receita abaixo). 
A Dobrada à Moda do Porto _equivalente à nossa dobradinha_ também era um dos seus pratos favoritos, tanto que lhe dedicou um poema: “Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo, / Serviram-me o amor como dobrada fria. / Disse delicadamente ao missionário da cozinha / Que a preferia quente, / Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria”. Outro estabelecimento que ele frequentava era a tasca Abel Pereira da Fonseca, onde é flagrado bebendo vinho na foto acima, com sua figura esguia e o inseparável chapéu.
Antes de ser poeta, escritor, filósofo, editor, comentarista político, tradutor e publicitário, Pessoa viveu parte da adolescência na África do Sul. Lá, descobriu temperos exóticos e tomou gosto pela galinha ao curry (combinação de várias especiarias). Multifacetado, ele assinou suas obras literárias também com os heterônimos Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis.

Bacalhau à Fernando Pessoa
Tempo de preparo 40min; rende 4 porções

Ingredientes
250g de lascas de bacalhau
4 batatas bolinhas
4 tomates cereja
4 azeitonas pretas 
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 dente de alho
1 colher de salsinha picada
Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo
Grelhar as lascas de bacalhau e assar as batatas bolinhas no forno. Em uma frigideira, colocar o azeite e o alho para dourar, e depois que estiver bem dourado adicionar o bacalhau com as batatas, a salsinha picada e os tomates cerejas. Levar tudo ao forno e servir em seguida.
(Fonte: Internet)

Foto: Manuel Martins da Hora/Reprodução

terça-feira, 29 de maio de 2018

Comida, posts e tuítes

Na linha cinema e gastronomia, que eu adoro, os fofos JULIE & JULIA e CHEF têm em comum, além da (boa) comida, o poder das redes sociais. Ambos os filmes se valem da força da Internet para incrementar suas histórias. A propósito, o primeiro filme é baseado em fatos reais. Julie Powell é uma garota frustrada em busca de significado para sua vida, à beira de completar 30 anos de idade. É então que a culinária surge como opção para essa guinada. Como nutre grande admiração pela lendária cozinheira Julia Child, decide criar um blog temporário para cumprir o seguinte desafio: reproduzir 524 receitas do famoso livro dela em 365 dias.
Entre ataques de nervos em torno de panelas nervosas, Julie ainda se desdobra no trabalho burocrático que enfrenta durante o dia. À noite, com o apoio amoroso do marido, a garota elabora os pratos da mestra. Ao mergulhar na história de Julia, descobre inúmeras afinidades, incluindo um marido compreensivo e incentivador. Eis que o blog bomba e a autora é convidada a transpor para livro a experiência virtual inédita. Lançado em 2005, quatro anos depois chegou também às telas do cinema, com a atriz Meryl Streep em interpretação magistral da corpulenta Julia Child. 
Já no filme Chef é o Twitter que dá o toque de agilidade à ação; além, é claro, dos pratos elaborados pelo talentoso cozinheiro, que passa por um momento de reavaliação da carreira. Após ser demitido de um restaurante top em Los Angeles, devido às confusões ao tuítar inadvertidamente com um temido crítico gastronômico, Carl decide voltar às raízes de sua cozinha do coração. Na estrada, a bordo do promissor food truck Cubanos, seu filho de 10 anos acaba sendo um 'marqueteiro digital' tuitando a chegada do chef polêmico em cada cidade americana pela qual o veículo passa na jornada gastronômica.

Julie & Julia (roteiro e direção Nora Ephron, 2009), com Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci e outros.
Chef (roteiro e direção Jon Favreau, 2014), com Jon Favreau, Sofia Vergara, Dustin Hoffman, Scarlett Johansson, Robert Downey Jr. e outros.

Fotos: Reprodução

Lençóis tem novo restaurante

A cozinha mediterrânea, aliada aos sabores e aromas da Bahia, é o diferencial do restaurante TOMATITO, que a chef Dulce Ferrero (foto abaixo) comanda em Lençóis, na Chapada Diamantina. Entre as opções do cardápio, Tortilla espanhola com choriço e pimentões vermelhos (acima), carnes, frutos do mar e massas. Instalada na esquina mais descontraída da cidade, a nova casa conta com a expertise de Dulce à frente de empreendimentos de sucesso em Salvador, o Extudo e o Póstudo. Nascida em São Paulo, a empresária e chef de cozinha vive há mais de 30 anos entre Bahia, Espanha e Portugal.
Fotos Divulgação

segunda-feira, 28 de maio de 2018

A aversão ou obsessão em relação à comida sempre acompanhou as crises de saúde de Virginia, que culminaram com o seu suicídio no dia 28 de março de 1941. Essa mulher genial, neurótica e insegura teve uma relação complexa e turbulenta com o ato de comer e com a cozinha. Os médicos prescreviam que, para ficar boa, ela devia dormir, levar uma vida saudável e, sobretudo, comer muito bem _justo ela, que achava que estava mal porque era gulosa e preguiçosa. Odiava engordar, mas, ainda assim, é a comida que lhe salva a vida. O marido, Leonard Woolf, a alimentava nesses momentos conturbados. Dentre todos os alimentos que é forçada a comer, há um que ela gosta particularmente: o leite. 
Na infância e adolescência, Virginia ama comer, especialmente torta de ameixa, sorvete e Geleia de Maçã e Limão (receita abaixo). Mas a cozinha da família era sinistra, um porão escuro e úmido, como quase todas naquela época. Um antro que ela recorda com um misto de repulsa e horror, ainda que as cozinhas de sua fase adulta não sejam muito melhores. Das inúmeras coisas que apreciava, destacam-se chocolate, maçã e pão. Assim que começa a cozinhar, nos anos de guerra, concentra-se no alimento primordial. “Tenho feito pães como uma verdadeira especialista”, escreveu à sua irmã Vanessa.
Os romances e contos escritos por Virginia são ricos em comida, cozinheiras, pratos e receitas, em anotações sobre comer e sobre a escrita a respeito da comida. Então, fica a pergunta: era amor ou ódio que a escritora inglesa, famosa pelo livro Orlando, sentia pela comida, pelo comer, pela cozinha? Ninguém, nunca, saberá responder.

Geleia de Maçã e Limão
Ingredientes
400 g de limões amarelos
900 g de maçãs do tipo reinetas
500 g de açúcar

Modo de preparo
Lave os limões na água corrente, enxugue-os e fure-os com um garfo. Em seguida, coloque-os em uma tigela de vidro, cubra-os com água fria e deixe-os macerar por três dias, trocando a água frequentemente.
Lave as maçãs, enxugue-as, descasque-as e corte-as em fatias finas. Escorra os limões e fatie-os com toda a casca. Em uma panela antiaderente, coloque os limões, as maçãs e o açúcar; junte 1 xícara (chá) de água e deixe ferver em fogo brando por 90 minutos, misturando frequentemente. A geleia estará pronta quando, colocando uma gota em um pratinho, esta fica grudada sem escorrer. Retire do fogo, coloque a geleia em vidros esterilizados, feche-os, coloque-os de cabeça para baixo e deixe-os esfriar. Quando estiverem frios, vire-os e conserve-os no guarda-louça.
(Fonte: A Cozinha das Escritoras, de Stefania Aphel Barzini, Ed. Saraiva)

Foto: Alamy Stock Photo

domingo, 27 de maio de 2018

Especial para jantar

Presente em todas as edições do Salvador Restaurant Week, o BARBACOA disponibiliza um cardápio completo para o jantar pelo valor de R$54,90 + R$1 (ação social). Até 10 de junho, os clientes poderão escolher entre duas opções de entrada, três pratos principais e três sobremesas. Para a entrada, o restaurante sugere Mix de folhas com abacaxi grelhado e gorgonzola ou Salada de camarão e kani kama, além de acesso livre ao buffet de saladas, com mais de 30 itens. Os pratos principais oferecidos no festival gastronômico são Bife de chorizo (foto acima), Filé ao molho de vinho cabernet ou Linguado ao molho de gengibre e manga. Como sobremesa, os tentadores Churros gourmet, Pudim de café ou Torta búlgara. +info: (71) 3342-4666.

Foto: Leonardo Freire/Divulgação

sábado, 26 de maio de 2018

Na França dos anos 1920, Ernie, como era chamado, satisfez suas necessidades de comida com sofisticação, e às vezes com luxo. Gostava de frutos do mar de qualidade, que naquela época estavam muito caros. Em The Hemingway Cookbook (Chicago Review Press,1998), Craig Boreth escreve que quando o escritor americano tinha dinheiro suficiente comia as melhores ostras no lugar mais elegante da capital francesa. O prazer dele com essa iguaria é narrado, pelo próprio, no livro Paris é Uma Festa: “Comi as ostras, que possuíam forte gosto de mar e um leve travo metálico que o vinho branco lavava, deixando somente o gosto de mar e a suculenta textura; à medida que ia sorvendo o líquido frio de cada concha e o fazia descer acompanhado do estimulante sabor do vinho, o sentimento de vazio me foi abandonando e me vi de novo feliz, cheio de planos”.
O autor dos consagrados Por Quem os Sinos Dobram e O Sol Também se Levanta sempre gostou de comer bem e criar suas combinações. Apreciava a paella espanhola e hambúrguer, mas com a carne frita em vez de grelhada. A comida dividia sua preferência com a bebida­, especialmente o Mojito (receita abaixo), um drink refrescante. Ele teria dito que “um homem não existe até que fique bêbado”.
Desde cedo, Ernie passou a gostar de viver ao ar livre. Nas colinas arborizadas do norte de Michigan (Estados Unidos) aprendeu com seu pai os rituais de caminhadas, camping, pesca e caça; os sons da natureza. Foi ensinado também a retirar a pele, limpar e cozinhar o que eles pegavam ou matavam. As fotos com enormes ‘troféus’ conseguidos em grandes pescarias confirmam sua eficiência no aprendizado, assim como as caçadas a animais selvagens. No romance O Velho e o Mar, Hemingway descreve a vida de Santiago, um pobre pescador idoso em busca de comida que possa vender para sobreviver. É quando aparece o grande marlim, o mesmo tipo de peixe que o escritor costumava pescar.

Mojito
Ingredientes
45 ml de rum branco
½ limão cortado em pedaços
10 folhas de hortelã
1 e ½ colher de bar de açúcar
Água com gás

Utensílios necessários
Socador (macerador)
Medidor
Colher de bar
Pegador ou pá de gelo
Faca para cortar frutas 

Modo de preparo
Macere as folhas de hortelã com o limão e o açúcar em um copo highball. Acrescente o gelo e adicione o rum. Complete com água com gás e misture os ingredientes.
(Fonte: Internet)

Foto: Hemingway om a atriz Lauren Bacall/Reprodução

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Feijoada, samba e futebol

Este sábado, 26, será de torcida no Salvador Express Praia Hotel, com o evento ‘Sambinha, Feijoada e Champions’. Visitantes e hóspedes poderão, a partir das 13h, desfrutar de um buffet completo de feijoada, com valor de R$39 por pessoa (exceto bebidas). De quebra, também assistir, com conforto e segurança, à transmissão da final da Liga dos Campeões da Europa, com a disputa entre Real Madrid e Liverpool, a partir das 15h45. Antes do jogo terá muita diversão com o samba do cantor Ramon Arcanjo e banda. O Salvador Express Praia Hotel fica na Rua Conde de Castanheira, 269, Amaralina. +info: (71) 3045-8100.
Foto Divulgação

Projeto Cozinheiras Brasileiras

O restaurante Quitéria, em Ipanema (RJ), vai ganhar um toque de baianidade na próxima quinta-feira, 31 de maio. É que a chef Alejandra Maidana, que comanda a casa, convidou a colega baiana TEREZA PAIM (foto abaixo), do restaurante Casa de Tereza, para elaborar o cardápio em homenagem a Dorival Caymmi. O menu degustação inclui citações a clássicos do compositor. Ao som de O que é que a baiana tem? será servido um Caldinho de peixe e mandioca picante com beiju e creme de maturi, e com a música Vatapá o petisco será Telha de acarajé com vatapá e pimenta biquinho. Entre as diversas delícias está também o Cordeiro em emulsão de tamarindo com mandioquinha (acima), com a trilha sonora Lenda do Abaeté. Já as sobremesas são de requebrar os quadris...
O jantar temático é parte do projeto ‘Cozinheiras Brasileiras’. Este será o primeiro de uma série de quatro jantares com chefs convidadas de diversas partes do País: Tereza Paim, Janaína Rueda, Danielle Dahoui e Manu Buffara. O valor é R$143 por pessoa, sendo bebidas e serviço à parte.

Foto Divulgação

quinta-feira, 24 de maio de 2018

“É preciso respeitar os sabores e a qualidade dos ingredientes: o exagero não é admissível. Nem todos os sabores podem ser misturados”. Este era o princípio gastronômico da escritora americana, nascida em família alemã, que viveu a maior parte da vida na França. Seu nome, junto com o de Simone de Beauvoir, é referência no ativismo feminista nos anos 1970.
Autora de obras como Guerras que já Vivi e Tenros Botões, Gertrude Stein era casada com Alice B. Toklas, definidas como “dois cérebros e um só estômago”. A “esposa” cozinhava muito bem e até escreveu um livro de culinária, no estilo de memórias. Já Stein, corpulenta e com traços físicos masculinos, escreveu: “Amo comer, livros e comida”. O alimento funciona como um elo do relacionamento das duas mulheres, desde o momento em que se conhecem em Paris, em 1907. 
O casal recebia assiduamente, e seus jantares de sábado se tornaram famosos na Cidade Luz. Entre os convidados estava Pablo Picasso, um dos mais difíceis de agradar pois vivia sempre de dieta. Alice e a cozinheira Mélène preparam uma receita especial batizada em homenagem ao pintor espanhol, que adorou: Robalo Picasso (veja receita abaixo). Stein & Toklas foram também muito convidadas por gente rica e sofisticada. Ficavam encantadas com o menu dos jantares _Gelatina de Fois Gras, Salmão ao Molho Holandês, Faisão com Trufas_, com a decoração das mesas, os vinhos raros, o serviço impecável. Como grandes gourmets, para elas a comida era não somente um prazer, mas também um modo de se relacionar e conhecer o mundo. 

Robalo Picasso
Ingredientes para 4 pessoas
1 robalo de 1,2kg limpo e descamado
1 xícara (chá) de vinho branco seco
2 folhas de louro
1 ramo de tomilho
1 cebola cortada com 1 cravo
1 cenoura
1 alho-poró
1 raminho de ervas aromáticas

Para completar
5 ovos
3 colherinhas de tomate concentrado
2 trufas negras fatiadas em lâminas finas
1 maço de ervas mistas (salsinha, manjericão, estragão, menta)
Sal e pimenta em grão


Para a maionese
Ovo + óleo + limão

Modo de preparo
Em um caldeirão de peixe, prepare um court-bouillon _caldo com água, vinho branco, grãos de pimenta, sal, louro, tomilho, a cebola com o cravo, cenoura, alho-poró e as ervas aromáticas. Ferva por cerca de 30 minutos. Junte o peixe e cozinhe em fogo baixo por cerca de 15 minutos.
Tire a panela do fogo e deixe o peixe esfriando em seu caldo. Escorra-o e disponha-o em um prato. Antes de servir, cubra-o com a maionese, deixando um pouco dela à parte. Depois, misture a maionese restante com o concentrado de tomate e decore o peixe. Termine de enfeitar com ovos cozidos passados na peneira, clara e gema separadas, as trufas laminadas e as ervas aromáticas picadas muito fino.
(Fonte: A Cozinha das Escritoras, de Stefania Aphel Barzini, Ed. Saraiva)

Foto: Reprodução

Terceira onda do café

Chega à Salvador um novo espaço para os amantes da segunda bebida mais consumida no mundo, o RAVEL CAFÉ, trazendo o conceito da “Third Wave Coffee”, que já é forte nos Estados Unidos e na Europa, e cresce na América do Sul. A “Terceira Onda” propõe ir além do simples ato de tomar café e mergulhar em uma experiência mais ampla, que envolve toda cadeia produtiva: plantio, cultivo, colheita, armazenamento, torrefação e métodos de preparo. Quem traz essa novidade para o movimentado cenário gastronômico baiano é a barista SELMA LEMOS (foto acima), que batizou a cafeteria em homenagem ao Bolero de Ravel. Segundo a empresaria, “nosso objetivo é levar aos consumidores sabores perfeitamente orquestrados”.
O Ravel Café também servirá refeições completas, de terça a domingo, das 12h às 21h, na rua Alexandre Herculano, 69, Pituba.

Foto Lucas Ferrão/Divulgação

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Escritora e deputada, a autora do best-seller Como Água para Chocolate nasceu na Cidade do México em 30 de setembro de 1950. Teve liberdade familiar, embora católica, que a levou quando jovem a estudar filosofias orientais, praticar meditação e seguir uma dieta vegetariana. Laura foi muito influenciada pela avó, a matriarca da família que costumava reunir todas as mulheres na cozinha, onde podiam partilhar pensamentos íntimos.
Tanta vivência nesse inspirador ambiente das panelas resultou no famoso romance que transcorre no começo do século 20, no Norte do México. Como é tradicional nesse país, Tita, por ser a filha mais nova, não deve se casar para que possa cuidar da mãe na velhice. Por não poder se unir ao homem amado, volta todas as suas dores e frustrações para seus dotes culinários, provocando emoções de riso e choro naqueles que provam seus pratos, entre eles o sublime Codornas em Pétalas de Rosa (receita abaixo). O livro, lançado em 1989 e adaptado para o cinema em 1993, ganhou 18 prêmios internacionais. Consagrada como escritora, Laura Esquivel continuou a publicar obras de ficção, a exemplo do romance A Lei do Amor e da seleção de contos com o título Íntimas Suculências, Tratado Filosófico de Cozinha
Laura se declara amante do fogão. “Eu gosto de cozinhar... a cozinha me apaixona. Gosto de descobrir, criar, misturar tradições do Oriente com as nossas”, comentou a escritora mexicana. “Sempre pensei que seria muito lindo na hora de cozinhar poder narrar uma história de amor”. 

Codornas em Pétalas de Rosas
Ingredientes
6 codornas
12 rosas, de preferência vermelhas
12 castanhas
2 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de fécula de milho
2 gotas de essência de rosas
2 colheres (sopa) de anis
2 colheres (sopa) de mel
2 alhos
1 flor de cacto

Modo de preparo
Uma vez desfolhadas as pétalas moem-se no pilão junto com o anis. Em separado, as castanhas são postas a dourar e depois de descascadas cozinham-se na água. Depois, faz-se um purê. Os alhos a gente pica bem fininhos e doura em manteiga. Acrescentam-se a eles o purê de castanhas, o mel, a flor de cacto, as pétalas de rosa e sal a gosto. 
Para que o molho fique mais espesso, pode-se acrescentar duas colheres pequenas de fécula de milho. Por último passa-se tudo por uma peneira e se acrescentam duas gotas de essência de rosas (não mais que isso, para não ficar excessivo no aroma e no sabor). Quando estiver no ponto retira-se do fogo. As codornas a gente só submerge por 10 minutos neste molho, para que se impregnem do sabor, e as tiramos.
(Fontes: Como Água para Chocolate, de Laura Esquivel, e Internet)

Foto: Reprodução

Delicioso toque argentino

Em parceria com a conceituada marca argentina Havanna, o OUTBACK lança sua famosa sobremesa de brownie agora acompanhado por doce de leite, disponível por tempo limitado. A partir desta segunda, 21/05, o restaurante apresenta HAVANNA THUNDER (foto acima, R$31) o novo brownie com nozes pecan coberto por uma bola de sorvete de baunilha, chantilly e um delicioso crumble de biscoito amanteigado. E para arrematar, uma irresistível calda de doce de leite!

Foto Divulgação

quinta-feira, 17 de maio de 2018

A autora dos aclamados A Festa de Babette e A Fazenda Africana (ambos levados ao cinema com sucesso) teve uma relação conflituosa de amor e negação à comida. Escreve maravilhosamente sobre cozinha, aromas, paladares delicados. Por outro lado, faz uma espécie de jejum eterno. Acaba desnutrida. No fim da vida, alimenta-se apenas de ostras, champanhe e suflê.
Karen Christentze Dinesen, depois baronesa von Blixe-Finecke, nasceu na Dinamarca em 1885. Aprendeu a cozinhar ainda jovem. Para combater a frieza dinamarquesa, a escritora embarca com o marido para viver a exótica magia _e percalços_ da África, onde tentam manter ativa uma fazenda de café. Época de grandes caçadas e safáris. Em casa, Karen recebe o companheiro e convidados, a exemplo do ilustre príncipe-de-Gales, com pratos inesquecíveis, como Clear Soup (o consomê feito com perfeição pelo jovem cozinheiro Kamante) e Linguado com Molho Holandês (receita abaixo).
Aos poucos, a saúde de Karen vai se debilitando. Além da magreza decorrente de uma dieta ininterrupta, passa a sofrer os efeitos devastadores da sífilis contraída do marido mulherengo. Chega a pesar 37 quilos, totalmente anoréxica. Mesmo assim, mantém os jantares suntuosos, mimando seus convidados com pratos à base de trufas. No dia 7 de setembro de 1962, quando ela quase não mais de levanta, toma o último de seus preciosos consomês e dorme serenamente. Para sempre. Causa da morte: desnutrição.

Linguado ao Molho Holandês
Ingredientes para 4 pessoas
1 linguado de cerca de 1,5 kg
½ cebola
1 cenoura
1 ramo de salsa
1 copo de vinho branco
Sal e pimenta

Para o molho holandês
3 gemas
1 ½ colher (sopa) de suco de limão
Sal e pimenta
150 g de manteiga

Modo de preparo
Limpe o peixe, prepare-o para o cozimento e coloque-o em uma panela com a cebola, a cenoura, a salsa, o vinho branco, um pouco de sal e pimenta e água suficiente para cobrir tudo. Coloque para ferver e deixe cozinhar por cerca de 10 minutos.
Nesse meio-tempo, prepare o molho holandês. Coloque as gemas em uma panelinha e deixe-as em banho-maria., junte o suco de limão, 1 colher (sopa) de água, um pouco de sal e pimenta e, sem parar de mexer, a manteiga cortada em pedaços, esperando que cada pedacinho derreta para colocar o outro. Corte o linguado em filés e sirva-o acompanhado do molho holandês à parte.
(Fonte: A Cozinha das Escritoras, de Stefania Aphel Barzini, Ed. Saraiva)

Foto: Pierre Boulat/Getty Images

Os vinhos do tenor

O italiano ANDREA BOCELLI (na foto acima com o irmão, Alberto) desembarca no Brasil em setembro para apresentações em Brasília, Porto Alegre e São Paulo. Mas os baianos têm chance de ir vê-lo no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 29 de setembro. Para concorrer a um par de ingressos, é simples. Basta pedir uma garrafa de um dos vinhos produzidos pela família de Bocelli na Toscana, servidos no restaurante La Pasta Gialla, na Pituba. São 6 opções de tinto e 2 de brancos.

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Workshop de café

O barista e torrador baiano LUCAS CAMPOS (foto acima), pilota o workshop ‘Café nosso de cada dia’ no próximo dia 2 de junho, das 8h às 18h, no restaurante Casa de Tereza, da chef Tereza Paim. Com vagas limitadas (R$120 cada participante), é voltado para profissionais, apreciadores e bebedores de café. No encontro, Lucas, que tem mais de cinco anos de experiência na área, vai utilizar o café Taperinha, produzido na Fazenda Riacho da Tapera, na cidade de Piatã, Chapada Diamantina. Ele promete passar também dicas simples sobre quantidades, temperaturas e moagem. 
O restaurante Casa de Tereza fica na Rua Odilon Santos, 45, Rio Vermelho. +info: (71) 3329-3016 / produtoraideiasinquietas@gmail.com

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terça-feira, 15 de maio de 2018

Além de escrever mais de 300 livros _dentre eles, os clássicos O Conde de Monte Cristo e Os Três Mosqueteiros_, Alexandre Dumas pai (1802-1870) era louco também por diversão e comida. Aos 60 anos, no auge da fama de escritor, decidiu se dedicar ao assunto que amava e lançou o Grand Dictionnaire de Cuisine, uma obra de referência apreciada tanto por chefs quanto por leigos. A “bíblia gastronômica” traz centenas de crônicas e receitas, incluindo pratos da culinária francesa e outros exóticos dos mais diversos países. 
O Grande Dicionário de Culinária mistura, deliciosamente, gastronomia e literatura. Nos 615 verbetes constam relatos históricos, cartas a leitores, descrições científicas e crônicas. A publicação é enriquecida com 275 ilustrações de época assinadas por grandes artistas como Gustave Doré e mais de 400 receitas, que vão de peixes, aves e carnes a sopas, molhos, sobremesas e pâtisserie; de curiosidades e procedimentos artesanais a pratos tradicionais e sofisticados.
Grandalhão, o escritor francês vivia e comia com intensidade. Por isso, foi associado ao adjetivo ‘pantagruélico’ (Pantagruel era o nome do personagem comilão de Rabelais, conterrâneo de Dumas, que viveu três séculos antes). Entretanto, ele preferia qualidade a quantidade, definindo gastronomia como “a gula dos espíritos delicados”. E não dispensava a etiqueta à mesa. Confira abaixo uma receita dele, simples mas saborosa.

Abóbora-menina ao Parmesão 
Modo de preparo
Corte a abóbora-menina* em pedaços quadrados e ferva-os por 15 minutos em água e sal. Escorra-os. Ponha na panela um bom pedaço de manteiga e frite os pedaços de abóbora com sal e especiarias. Transfira-os para uma travessa, cubra com parmesão ralado, leve ao forno para dourar e sirva. 
*Obs. do blog: Esta variedade de abóbora é plantada durante a temporada de primavera e colhida no outono, assim que a casca endurece. Pode ser assada, cozida ou utilizada para uma sopa quentinha de inverno. 
(Fontes: Grande Dicionário de Culinária, de Alexandre Dumas, Ed. Zahar; e Internet)

Imagem: Reprodução

12ª SSA Restaurant Week

Em clima de Copa do Mundo, a gastronomia internacional inspira os chefs da  décima segunda edição da SALVADOR RESTAURANT WEEK, que vai rolar na capital baiana de 18 de maio até o dia 10 de junho, na Praça Central do Salvador Shopping. Com a participação de 55 renomados restaurantes, o evento consolida a democratização da alta gastronomia e retoma o sucesso da Cozinha Show. As aulas, gratuitas, acontecerão em três horários (13h, 16h e 19h). 
Durante o festival gastronômico soteropolitano, os chefs de todo o Brasil terão a liberdade para trabalhar com ingredientes dos países classificados para o mundial de futebol na Rússia. Com o tema “Copa do Mundo”, pretende-se que os comensais da boa culinária e torcedores apaixonados façam uma viagem gastronômica, tendo contato com a riqueza culinária de diferentes povos e culturas espalhadas ao redor do globo. A Salvador Restaurant Week é realizada pelo Grupo Mica e Licia Fabio Produções. Na foto acima, a produtora Licia Fábio aparece ao lado de Fernando Reis, dono do evento no Brasil.
Os menus completos para o público _com entrada, prato principal e sobremesa_ custam R$44,90 no almoço (R$43,90 + R$1 de doação para o Instituto dos Cegos da Bahia) e R$55,90 no jantar (R$54,90 + R$1 de doação). +info: www.restaurantweek.com.br.

Lista dos restaurantes participantes:
33 DownTown, 33 Restaurante, Adam Cozinha Originária, Adamastor, Al Mare, Alfredo di Roma, Balada Mix - Salvador Shopping, Balada Mix  - Bahia Marina, Barbacoa, Barravento, Bella Napoli, Bianca Monteiro Confeitaria, Blue Praia Bar, Bottino Ristorante Italiano, Boucherie Boutique de Carnes, Café do Forte, Cais do Porto, Caju, Cantina e Gastronomia Du Vini - Rio Vermelho, Cantina e Gastronomia Du Vini – Imbuí, Casa di Vina, Cathedrall, Chalezinho, Cien Fuegos, Confraria da Ostras, Das, Doc Casual, Du Chef Arte e Gastronomia By Lucius Gaudenzi, Dendê Gastronomia, El Carreiro, Ferreiro Café, Gattai, Isola dei Sapori, Kophai, La Pulperia, La Lupa, Lafayette, Martim Pescador, Mistura – Itapoan, Paraíso Tropical, Parrilla do Farol, Red Restaurante, Riz Bistrot & Risotos, Salvador Dali, Santo Verde – Barra, Santo Verde – Pituba, Soho - Bahia Marina, Soho – Paseo, Solar - Rio Vermelho, Solar – Graça, SP20 Restolounge, Veleiro - Restaurante do Yacht, Yemanjá, Yoko Sushi, Zafferano.

Foto Divulgação

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A escritora inglesa retratou com toques de ironia os costumes de seu tempo. Sempre atual, sua obra foi transposta para o cinema e agora o romance Orgulho & Preconceito inspira uma versão abrasileirada na novela das 18h da Globo, Orgulho & Paixão. E também muitos livros de gastronomia. Desde o ano passado, seu nome voltou ainda mais à tona, em decorrência do 200º aniversário de sua morte, ocorrida em 18 de julho de 1817. Embora a comida não esteja tão presente nos livros da autora famosa, aparece em profusão nas cartas que enviou à sua irmã Cassandra, incluindo jantares, piqueniques e chás acompanhados de bolo de ameixa, pão de gengibre e maçãs assadas.
Ao entender e recriar seus pratos favoritos, parece que ganha-se um certo nível de intimidade com ela. Tanto que vários livros têm sido lançados mundo afora e diversos eventos comemorativos vêm sendo realizados no Brasil, a exemplo do encontro na Deli Delícia, no Rio de Janeiro, no último dia 8 de maio, como parte do projeto ‘Degustando Palavras’, em homenagem aos grandes nomes da cultura mundial. Mais conhecida por enfocar os problemas do casamento da nobreza latifundiária no século 18, Jane Austen também escreveu obsessivamente sobre comida nas cartas pessoais. Ela não cozinhava, porém sabia exatamente como dirigir os cozinheiros.
A comida em seus romances é de dar água na boca. Jane convida o leitor a saborear tanto o alimento quanto a caracterização quando descreve o lombo de porco assado que a Sra. Bates desfruta e o Sr. Woodhouse estremece, ou o luxuoso chocolate quente que o General Tilney toma aos goles no café da manhã. Em algumas cenas “gastronômicas”, ela fala de pratos típicos da sua época _picado de galinha, ostras recheadas, ovos cozidos e torta de maçã, entre outros.

Maçãs Assadas da Sra. Bates
Ingredientes
4 maçãs de tamanho médio
12 cravos
1 ½ colher de chá de casca de limão
57g ou ¼ xícara de açúcar mascavo
240ml ou 1 copo de vinho tinto ou suco de maçã, dividido

Modo de preparo
Pré-aqueça seu forno a 177 °C. Descasque as maçãs, deixando-as inteiras, e espete os cravos. Coloque-as em uma assadeira ou refratário e polvilhe com açúcar mascavo e casca de limão. Despeje ¾ xícara do vinho ou do suco sobre as maçãs. Asse descoberto por 1 hora. Mexa ocasionalmente, se necessário, para evitar que o líquido queime. Retire as maçãs e coloque-as em pratos. Despeje ¼ xícara de vinho ou suco na assadeira e mexa, formando uma calda. Depois despeje sobre as maçãs e sirva.
(Fontes: Internet e Cooking with Jane Austen and Friends, de Laura Boyle)

Imagem: Retrato by William Beechey

Show de vinhos etc.

Degustações, palestras com profissionais de renome nacional e internacional e workshops vão movimentar o BAHIA VINHO SHOW 2018, no Hotel Vila Galé Salvador, em Ondina, desta quarta, 16, até sexta-feira, 18 de maio, das 15h às 22h. Realizado pelo Clube Gourmet Bahia, o evento terá ainda feira de vinhos do Velho e Novo Mundo. O público é formado por amantes de vinho, enólogos, sommeliers e gestores de empresas do setor. O ingresso custa R$50 por dia, com acesso a toda a programação do evento, além de uma taça para degustar as bebidas. 
Cerca de 15 empresas terão estandes no Bahia Vinho Show 2018, incluindo 12 vinícolas, distribuidoras e importadoras de vinho, disponibilizando mais de 200 rótulos para degustação e venda. Fazem parte da lista de expositores: Natalgest Importações (representa a vinícola portuguesa Quinta de S. Sebastião); ABWines (promete 64 rótulos, entre vinhos e espumantes nacionais e internacionai); quatro vinícolas do Vale do São Francisco _Rio Sol, Bianchetti, Mandacaru e São Benedito
Entre os participantes estarão também a Dieb Import (com 50 rótulos); Araújo Mateus (30 rótulos de diversas partes do mundo); Santa Vitória; Perini e Interfood. Terá, ainda, a presença da Federicci Queijos; Divino Pão (com seus pães de fermentação 100% natural: italiano, ciabatta, focaccia e baguetes etc.) e Superúteis (produtos em couro, como porta vinhos, porta espumantes, jogos americanos, porta copos e cestas). Já a agência Opção Turismo vai promover seus pacotes de enoturismo no Vale do São Francisco.
A programação traz diversas palestras de grandes nomes da área, a exemplo do gastrólogo, consultor, colunista e crítico de vinhos Gilvan Passos, que discorrerá sobre “Lisboa, a Nova Fronteira do Vinho Português”. O consultor de vinhos Antônio Lago, por sua vez, vai contar sobre “Vinhos do Porto - sua origem e história”. Pedro Luz, sommelier português, promete desmitificar a bebida no workshop “Simplificando o Vinho”. E para agitar o evento, o educador em bebidas Alexandre Takei fará uma degustação às cegas.  

Fotos Alex Romano/Divulgação

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Francesíssima, ela foi uma das escritoras que mais celebrou o ato de comer. A ponto de considerar a arte culinária algo sagrado, mágico. Descreveu: “A verdadeira cozinha é feita por quem experimenta, saboreia, sonha um instante, coloca um fio de azeite, uma pitada de sal, uma folha de tomilho; por quem pesa sem balança, mede o tempo sem relógio, observa o assado somente com os olhos da alma e mistura os ovos, a manteiga e a farinha segundo a inspiração, como uma bruxa do bem”.
Sidonie-Gabrielle Colette nasceu na região da Borgonha, em 1873, e ali viveu até o seu primeiro casamento, sob os cuidados e o carinho da mãe, que marcou sua vida afetiva e gastronomicamente. A menina a observava fazendo conservas, queijos encorpados _como o brie_, manteiga etc. Comida simples, porque a verdadeira gastronomia é a que sabe tirar o melhor de um produto modesto. Foram esses sabores fortes e o autêntico gosto camponês que formaram a pequena gourmet.
Um de seus pratos favoritos era Cassoulet (receita abaixo). No decorrer dos anos, o apetite voraz a levou aos 80 quilos. Sua obra é um hino ao estômago. Os seus livros são recheados de aromas e sabores. Em resumo, a vida literária é feita de comida, mas também a vida real. Nos anos de guerra, se a França tem fome, Colette tem muito mais. Obcecada por comer, sobrevive ao racionamento com o que lhe enviam da Normandia duas amigas que cultivam a terra e criam animais. Em 1º de agosto de 1954, quando já não digere alimentos sólidos, tem como sua última refeição uma xícara de sopa de legumes. Ela está radiante, conversa em voz alta com alguma entidade invisível e morre em paz.

Cassoulet
Ingredientes para 4 pessoas
500g de feijão branco seco
200g de pele de porco
1 maço de ervas aromáticas (tomilho, louro, salsinha)
1 cebola grande 
4 cravos-da-índia
Sal e pimenta 
Manteiga
500g de linguiça
700g de paleta de porco
4 dentes de alho
200g de toucinho
Caldo de carne
2 peças de confit de ganso (facultativo)

Modo de preparo
Escorra a água em que o feijão ficou de molho por 12 horas. Toste a pele de porco, coloque os dois ingredientes em uma panela grande, adicione 3 litros de água, o maço de ervas aromáticas e a cebola descascada e cortada em rodelas, espetadas com os cravos-da-índia. Cozinhe por cerca de 1 hora. Coloque sal e pimenta a gosto.
Derreta 30 gramas de manteiga em uma panela, junte a linguiça cortada em pedaços de mais ou menos 10 centímetros e deixe dourar por 10 minutos. Tire da panela, elimine praticamente toda a gordura advinda do cozimento e coloque mais 20 gramas de manteiga, na qual vai dourar a paleta de porco cortada em pedaços. Coloque os dentes de alho triturados e o toucinho cortado em cubinhos, dourando-os por 10 minutos.
Cubra com o caldo de carne quente, ponha para cozinhar e deixe reduzir até a metade. Coloque os ingredientes na panela do feijão e prossiga com o cozimento por mais meia hora. Unte uma forma, coloque no fundo a carne e o feijão escorrido, tire o maço de ervas e ponha os pedaços de linguiça por cima e, se for usar, os pedaços de confit de ganso. Leve ao forno a 220ºC por uma hora, regando aos poucos com 3 colheres (sopa) cheias do caldo da carne filtrado; se o caldo da carne estiver secando rapidamente, cubra o recipiente nos últimos 20 minutos.
(Fonte: A Cozinha das Escritoras, de Stefania Aphel Barzini, Ed. Saraiva)

Foto: André Martin

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Festa com toque cultural

Assistir a um lindo pôr do sol, se jogar na pista de dança e degustar drinks especiais e delícias do restaurante Zanzibar. Pra completar, fazer umas comprinhas espertas. Tudo isso será possível na festa BENDITOS, programada para os dias 19 e 20 de maio (sábado e domingo), das 16h às 23h, na Casa de Castro Alves (foto acima), um casarão histórico de três andares onde o poeta morou quando criança. Com vista privilegiada da Baía de Todos-os-Santos, o local vai reunir arte, cultura, moda e gastronomia.
A ideia desse buxixo é dos empresários baianos Keka Oxossi e Mauro Braga (acima), que prometem reunir uma moçada bacana no centro histórico de Salvador. A dupla pretende criar, uma vez por mês, um espaço ímpar onde todos possam curtir, comer, beber, trocar ideias e adquirir obras de artistas como Bel Borba, Gustavo Moreno e Akira Cravo. Os ingressos serão vendidos no local (Rua do Passo, 52, Santo Antônio Além do Carmo; ao lado da Igreja do Passo), no dia do evento, e custarão R$20 ou R$10 + 1kg de alimento para doação ao Gantois.

Fotos Divulgação

Mimos pra divina mãe

Que tal, em vez de roupa, perfume ou celular, presentear coisas gostosas para comemorar o dia ‘mater’ nesse domingo, 13? A proposta é uma sortida Cesta Café da Manhã da Mamãe, do ATELIÊ DIVINO DOCE, elaborada pela chef confeiteira Isabella Curvello. Para agradar logo cedo, o mimo vem recheado com bebidas, salgados, doces, frutas e acessórios, no valor total de R$350. As encomendas podem ser feitas até às 12h do dia 11/05, sexta-feira. +info: (71) 99256-4521.

Foto Divulgação

Almoço bem decorado

Se a decisão é festejar o domingão do Dia da Mães sem sair de casa, então vale a pena caprichar no décor. Para isso, a expert na arte de receber AMELINHA AMARO tem sugestões muito charmosas. A proprietária da loja DIVINO ESPAÇO, uma das boutiques de decoração mais conceituadas de São Paulo, preparou mesas decoradas exclusivamente para a ocasião. Ela indica a escolha de elementos que traduzam a personalidade de cada mamãe, e incentiva o uso da criatividade e a colaboração de todos os familiares. “Isso torna cada mesa algo único”, explica. +info: www.divinoespaco.com.br.
Fotos Divulgação

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Se “a amizade é o sal da vida”, a do famoso escritor baiano era bem salgada, no melhor sentido. “Nos domingos pela manhã”, afirma a escritora Myriam Fraga, “os Amados recebiam os amigos para um vinho, uma batida, uma cerveja e uns tira-gostos (entenda-se a expressão em sentido bem amplo, pois iam de acarajés a pernis de porco). Esses encontros muitas vezes transformavam-se em almoços. Frequentadores nacionais e estrangeiros movimentavam a conversa, trocavam opiniões sobre o dia a dia, a política e as artes”. Entre eles estavam: Dorival Caymmi, Carybé, João Ubaldo Ribeiro, Floriano Teixeira, Vinicius de Moraes, Maria Creuza, Genaro e Nair de Carvalho, Dias Gomes, Sônia Braga, Chico Anysio, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, Harry Belafonte, Roman Polanski e muitos, muitos outros.
No prefácio de um dos livros mais célebres, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Jorge Amado escreve: “Sendo o autor, em matéria de culinária, apenas comilão, deve ele agradecer às suas boas amigas dona Carmen Dias, dona Dorothy Alves e dona Alda Ferraz, três mestras da grande arte, que forneceram receitas para a Escola de dona Flor, algumas das quais reproduzidas no romance com os ingredientes precisos e as medidas justas, podendo assim servir a quem deseje utilizá-las para os petiscos suculentos _sem no entanto garantir o autor pelos resultados pois, para a arte culinária, não bastam os materiais e suas quantidades; sem o gênio dos temperos, sem a vocação dos molhos, sem a intuição do ponto exato, ninguém chega ao paladar de dona Flor”. Uma dessas receitas é o Vatapá “para servir a dez pessoas (e para sobrar como é devido)”.
Além dos saborosos quitutes e merendas de dona Flor, também a personagem título de Gabriela, Cravo e Canela é exímia no fogão e encanta seu Nacib e seus clientes do Bar Vesúvio. As tradicionais iguarias baianas presentes na obra do escritor foram reunidas no livro A Comida Baiana de Jorge Amado, assinado por sua filha, Paloma Jorge Amado. A publicação, lançada há mais de 20 anos e reeditada recentemente pela chef Rita Lobo, traz receitas históricas e outras mais práticas. Entre elas, a Cocada Branca (receita abaixo).

Cocada Branca
Rende 20 unidades
Tempo de preparo: 50min para a calda + 15min na panela + 2h na geladeira
Ingredientes
1 ¾ de xícara (chá) de açúcar
2 xícaras (chá) de água
3 xícaras (chá) de coco fresco ralado
Açúcar para polvilhar

Modo de preparo
Numa panela, coloque o açúcar com a água e misture com o dedo indicador até dissolvê-lo. Leve ao fogo médio e deixe cozinhar por 50 minutos, sem mexer, até que fique em ponto de bala mole. Caso as laterais comecem a queimar, pincele um pouco de água na panela. Para testar o ponto, coloque uma colherada da calda (use uma colher de chá) num copo com água bem gelada; se endurecer, está no ponto.
Retire a panela do fogo e junte o coco ralado. Volte ao fogo baixo e deixe cozinhar por 15 minutos, mexendo de vez em quando. Enquanto a cocada cozinha, forre uma assadeira com papel-manteiga e polvilhe com açúcar, cerca de ¼ de xícara (chá). Desligue o fogo e misture bem a cocada, até esfriar. Com duas colheres, transfira montinhos de cocada para a assadeira. Cubra a assadeira com filme e leve à geladeira por 2 horas ou até que endureça.
(Fontes: Catálogo Arquivo Fotográfico Zélia Gattai Vol. 2 Casa do Rio Vermelho, Os Amigos, Fundação Casa de Jorge Amado; Dona Flor e Seus Dois Maridos, Ed. Record; A Comida Baiana de Jorge Amado, de Paloma Jorge Amado, Ed. Panelinha)