sexta-feira, 30 de junho de 2017

Nesta sexta-feira a entrevista exclusiva da coluna PALAVRA DE CHEF é com o “surfista de alma e cozinheiro de sangue, apaixonado pela vida e um viajante do mundo”. No retorno a Salvador, Lucius Gaudenzi abriu, com sua esposa Roberta Cardoso, o restaurante Du Chef Arte e Gastronomia, especializado em cozinha contemporânea moderna com ênfase em técnicas francesas. Instalado em uma casa no Farol da Barra _dividida em bistrô com 26 lugares, longe externo e chef table para 10 pessoas no andar superior_, traduz o estilo de vida do casal: esporte, família, boa comida. 
Com influências familiares das culinárias afrobaiana e italiana, Lucius nutre grande amor pela gastronomia e brinca que “a cozinha sempre foi o meu playground”. A formação se deu na renomada Le Cordon Bleu de Paris; Senac, no Brasil; e Hostec Hospitality College, na Austrália. Do signo de escorpião, com raízes italianas e pimenta baiana no sangue, o chef já recebeu críticas de clientes pela internet. Porém, a maioria elogia sua cordialidade e simpatia, assim como a qualidade dos pratos criados por ele.

> Como define seu próprio estilo de Chef?
Então Roberto, eu tive a oportunidade de viajar muito pelo mundo, ter estudado em escolas variadas e trabalhados com grandes chefs e em uma diversidade incrível de restaurantes. Desde pequenas cantinas italianas, passando por food trucks até restaurantes estrelados. Deu para aprender um pouco de cada lugar e digo que faço uma gastronomia de fusão, utilizando ingredientes variados, mesclando importados com nacionais. Sou um chef que gosto de sabores exóticos, diferenciados. No trabalho adoro dar oportunidades aos novos, que amam a cozinha e são abertos a aprender. Estudo bastante novos ingredientes e fico bem antenado no que acontece no mundo da gastronomia, amo meu trabalho e por isso digo que fica fácil... 

> O que acha desse boom na gastronomia?
Tem o lado bom e o ruim; o bom é que as pessoas passam a valorizar mais a gastronomia, passam a entender que para se servir uma receita ela teve que ser testada, estudada, que muitas técnicas foram colocadas em prática, que equipamentos de última geração interagem com o fogo. Enfim, estamos mais conhecidos e valorizados comercialmente. Mas também tem o modismo, as invenções erradas e um número muito grande de gente se aventurando. Novas faculdades e cursos vêm surgindo, isso é muito bom, pois assim elevamos o nível técnico dos profissionais da área. No geral é muito bom para nós que estamos do lado de cá do fogão e para os clientes que estão do lado de lá. O Brasil tem tudo para se tornar a grande potência mundial da gastronomia!

> Qual é o segredo de uma boa cozinha?
Amor, técnica, seriedade, profissionalismo e, acima de tudo, utilizar os melhores ingredientes.

> E qual é o grande pecado na cozinha?
Achar que sabe tudo.  

> O que faz um bom prato?
Como disse acima, os melhores ingredientes, fundamentais para uma boa receita. Mas preste atenção, os melhores não quer dizer que sejam os mais caros, tem que ser a melhor cebola, o melhor alho, o melhor arroz... Tem que ter respeito pelos alimentos, cuidar bem deles para se manterem vivos, bonitos e saudáveis. 

> A alta gastronomia na Bahia tem futuro?
Com toda certeza. Hoje temos muitos bons restaurantes em Salvador, Itacaré, Praia do Forte, Lençóis, no Capão... Enfim, estou gostando muito do que tenho vivido por aqui. Uma grata surpresa no meu retorno ao Brasil. 

> O que já lhe aconteceu de mais divertido ou desastroso na cozinha?
Vixe, aí precisaria de um grande livro... rrrsss De desastroso foi colocar açúcar em uma feijoada para 300 pessoas... Foi difícil de salgá-la novamente viu? Mas no final deu tudo certo! De divertido... Acho que foi fazer um jantar empratado para 3.600 pessoas com mais 200 colegas em uma cozinha pegando fogo!!! Adoro o stress de uma cozinha desse jeito!

Foto Divulgação

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