sexta-feira, 16 de junho de 2017

Esta segunda entrevista exclusiva da coluna PALAVRA DE CHEF, que será publicada toda sexta-feira aqui no blog Comendo & Bebendo Por Aí, é com Tereza Paim. A chef, consagrada até fora do Brasil, gosta de ser chamada de cozinheira. Talvez em reverência às suas raízes culturais tipicamente baianas. Criativa, exigente, inquieta e multiatarefada, defende a gastronomia que respeita as origens enquanto se divide nas cozinhas de seu restaurante Casa de Tereza, no Rio Vermelho, e no Restaurante do Convento, no Pestana Convento do Carmo Hotel, coração do Centro Histórico de Salvador. 
Tereza também lidera o movimento “Viva o Carmo, aqui a cultura é sagrada!”. O objetivo é conseguir dinheiro para o restauro da sacristia (toda em ouro) da Igreja do Carmo, e para a reabertura do museu, que reúne mais de 2 mil peças de arte sacra. Ambos estão fechados há 22 anos.

> Como define seu próprio estilo de Chef? 
Sou uma Chef ocupada em preservar as tradições da Bahia. Sou movida a desafios e por isso estou sempre me reinventando, criando novas formas de falar de comida baiana.

> O que acha desse boom na gastronomia? 
Acho ótimo, precisamos refletir sobre o que comemos e todos no planeta têm direito a comer melhor.

> Qual é o segredo de uma boa cozinha? 
Procedimento, muita ralação, persistência e muito respeito pelos ingredientes.

> E qual é o grande pecado na cozinha? 
Excesso!! Misturar demais acho que confunde.

> O que faz um bom prato? 
Respeitar os tempos de cocção, as harmonizações de temperos, finalizando uma boa estética.

> A alta gastronomia na Bahia tem futuro? 
A Bahia é alta gastronomia pura!! Nossa comida é um luxo, desejada, cantada em prosa e verso pelo mundo afora. Não sou muito adepta dessa segmentação de alta e baixa gastronomia.... Sou adepta de segmentar comida boa e comida ruim!!

> O que já lhe aconteceu de mais divertido ou mais desastroso na cozinha?
Vixe! Fui fazer um evento de dois dias.  Um dia era Bobó de Camarão e no outro tinha uma Carne de sol com purê de banana da terra. E aí a comida foi toda processada e levada para o local do evento e o pessoal se perdeu na hora de esquentar o bobó. Misturaram com o bobó o purê de banana. Então o bobó tinha gosto de banana. Daí, um dia era comida mineira e no outro baiana, né? Aí virou o bobó quietinho, que era o bobó mineirinho.

Foto Solange Rossini/Divulgação

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