sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Pela cultura do vinho

Peniche é uma cidade costeira portuguesa localizada próximo à Lisboa, na região dos vinhos. É famosa, dentre outras coisas, pelo mar com supertubos que os surfistas adoram (foto abaixo). Nascido nesse pequeno paraíso, PEDRO LUZ aproveitou bastante essas águas revoltas na época em que surfava. Mas não se profissionalizou no surf e preferiu seguir pelos vinhedos que vicejam na região. Depois resolveu navegar o barco de sua vida por outras plagas. Morou por três meses em Paris, passou pela Itália e aportou na Inglaterra.
Em Londres, onde ficou quase seis anos, fez cursos de vinho e trabalhou numa grande rede de restaurantes, seguindo a trilha da família de restaurateus em Portugal. Eis que, em 2009, o jovem sommelier desembarca em Salvador, onde se sentiu em casa. Na primeira capital do Brasil ele teve três restaurantes até que decidiu sair da sociedade e mergulhar fundo na importadora de bebidas que já havia iniciado. A DIEB _Distribuidora, Importadora e Exportadora da Bahia_ cresceu e hoje atende também clientes nos estados de Sergipe e Goiânia. Devido à expansão dos horizontes, a palavra Bahia na sigla da empresa deverá ser substituída por Brasil. 
Juntamente com os três sócios, ele abastece o mercado com vinhos portugueses do Grupo Parras. São mais de 54 rótulos originários de todas as regiões produtoras de Portugal, ao lado de vinhos do Chile, Argentina e Brasil. Vinho verde é o carro-chefe da Dieb e possui ótima aceitação entre os enófilos baianos. O sommelier enumera as razões para esse sucesso: “É mais leve, refrescante e menos alcoólico. Passa alegria e combina com frutos do mar, piscina, praia. Vai bem com tudo e vai bem sem nada”.
Pedro ressalta que seu objetivo vai muito além das vendas. O que pretende é estimular a cultura do vinho por aqui. Uma tradição que está longe da que existe na Europa, mas que tem crescido vertiginosamente nos últimos anos. Pedro Luz se considera um wine educator, pois acredita que é importante “primeiro educar, depois vender”. Há 15 anos estuda sobre o assunto e transmite seu vasto conhecimento nos cursos e workshops que promove na capital baiana. É também um defensor da honesta relação custo x benefício.
Quanto ao título de sommelier, ironiza o fato de que atualmente seja considerado glamouroso. Porque, para ele, é apenas uma profissão a ser exercida com seriedade, como todas as outras. Lembra que “vinho é uma bebida viva, que nasce, evolui, cresce e começa a cair até morrer”.  Daí que necessita de informação e cuidados para lidar com ela. Mas é flexível para certos fatos considerados errôneos, e que acontecem em todo o mundo. Por exemplo, “taça errada não é errado;  não existe temperatura ambiente, e sim a temperatura correta para cada estilo de vinho”. Porém, faz um alerta: “Se der um choque no vinho, ele vai sofrer”. Quanto à harmonização, acredita não haver limites. “É tentativa e erro, ou melhor, tentativa e acerto”. (risos)
Fotos Roberto Pires e Divulgação

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